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Binário na Estrada do Encanamento e Estrada do Arraial.

Primeiro, um pouco de contexto:


A véspera da implantação do binário.

Ao contrário do que diz a reportagem, nos dias que se seguiram os motoristas continuaram fazendo o giro a Esquerda na Estrada das Ubaias e os guardas de trânsito no local não alertaram os motoristas sobre esta proibição. Dias depois surgiram placas indicando que era permitido fazer estes giros.

A implantação do binário fez com que houvesse um aumento na quantidade dos carros que trafegavam na Estrada do Arraial, sentido suburbio, mantendo a quantidade de faixas de rolagem que existiam anteriormente, levando pra lá parte dos veículos que trafegavam anteriormente no sentido suburbio pela Estrada do Encanamento.

Claro, também houve um aumento na quantidade de veículos trafegando pela Estrada do Encanamento no sentido cidade, concentrando ali também parte dos veículos que seguiam neste sentido pela Estrada do Arraial.


Já no primeiro dia, Engarrafamento na Estrada do Arraial.

Cabe destacar que o vídeo acima foi feito num sábado e que, no trecho mostrado, antes da implementação do binário, não havia engarrafamentos como este, mesmo durante os dias de semana mais agitados.


Poucos dias de implantada e a opinião geral já estava consolidada.

Dos trechos onde a reportagem relata os maiores problemas – início da Estrada do Arraial e final da Estrada do Encanamento – o final da Estrada do Encanamento já era muito crítico/complicado, antes mesmo da implantação do binário e na Estrada do Arraial, a situação degradou rápidamente.

A mudança teve impacto também noutros pontos da Zona Norte, incluindo a mudança de itinerário de várias linhas de ônibus (terminais e pontos de ônibus transferidos de local, aumento no tempo nos trajetos dos coletivos, etc.) e as repercussões noutras vias, com a Av. 17 de Agosto, a Av. Rosa e Silva, Av. Parnamirim, Rua Desembargador Goes Cavalcante, etc.


Motoristas e usuários de ônibus relatam a piora do transito em toda a região,
não só na área do próprio binário.

O que se vê na reportagem acima é apenas um reflexo do que já estava bastante evidente nas redes sociais:

Pelos registros feitos e pela observação direta, podemos assumir que inúmeras outras vias foram também impactadas negativamente pela implantação do binário: R. da Harmonia, Av. Flor de Santana, R. Padre Roma, R. Cônego Barata, Av. Norte, Av. Prof. José dos Anjos, etc.

Impactos no comércio local.

Alegando haver feito estudos preliminares (???!) à implementação, a CTTU levou algum tempo (mais de três semanas!) para assumir publicamente que seria necessário realizar uma série adequações no entorno do binário. Abaixo, um vídeo onde a presidente da CTTU explica quais seriam estas mudanças/adequações:

Algumas mudanças…

Aparentemente é um consenso que as modificações na R. Virgínia Loreto, não devem resolver o problema. Isto fica claro, quando a possível solução “definitiva” para o problema da região fica postergada e associada à conclusão ds ponte ligando o Bairro do Monteiro à Iputinga. Vale salientar que o foco da discussão sobre os problemas na região está praça do Parnamirim, mas os novos engarrafamentos da Estrada do Arraial, sequer são citados…

Hoje, dia 1º de Setembro, esta mudança na R. Virgínia de Loreto está sendo implementada.

Na minha leitura, o que vai acontecer é mais, do mesmo. O cidadão que circula pela região terá ainda menos opções para fugir do trânsito caótico, se vendo forçado a seguir por trechos que históricamente já estavam engarrafando antes da mudança.

Explico: Antes da implementação do binário, havia uma tríade de alternativas “óbvias” para quem desejava chegar à R. de Apipucos, seguindo sentido suburbio em direção à BR-101. Poderia seguir pela históricamente saturada (a) Av. 17 de Agosto, pela (b) Estrada do Encanamento ou pela (c) Estrada do Arraial. Com o binário, restaram a saturada 17 de Agosto e a – recentemente saturada, com a implantação do binário – Estrada do Arraial.

Para quem desejava seguir no sentido cidade, muito pouco mudou: A 17 de Agosto continua reunindo e conduzindo para a Praça do Parnarim, praticamente todo o fluxo oriundo da BR-101, dos Bairros de Casa Forte, Poço da Panela, etc.

Uma pequena parte do antigo fluxo sentido cidade da Estrada do Arraial – que antes desembocava na R. Desembargador Goes Cavalcante em direção à Praça do Parnamirim – seguiu para a Av. Norte (num trecho onde os engarrafamentos aumentaram) e o restante, termina vindo – por pura falta de opção – pela Estrada do Encanamento e parando (literalmente) na Praça do Parnarim.

A “adequação/modificação” que está pra ser implementada, deve ter um forte impacto na R. João Tude de Melo no sentido Torre. E o fluxo de carros vindo dos bairros de Beberibe, Água Fria, etc, pela R. Cônego Barata com destino à Apipucos, que podiam seguir pela R. João Tude e R. Virgínia Loreto, serão obrigadas a seguir pela Estrada do Arraial, R. Desembargador Goes Cavalcante, Praça do Parnamirim e 17 de Agosto, saturando ainda mais o trecho do binário mais alardeado na mídia. Ilustrando melhor, abaixo segue um mapa mostrando o que deve acontecer:


Visualizar Remendos no Binário 1/x em um mapa maior

Na última quarta-feira, dia 29 de Agosto, a prefeitura organizou uma reunião para ouvir a voz dos cidadãos (ciclistas/motoristas/moradores/comerciantes/etc.) que circulam pela área afetada com a implantação do binário. O resultado da reunião, não poderia ser diferente: Desabafos, desaforos e alguns indicativos de mudanças (como a eliminação de um trecho de 350 metros da recém implementada ciclo-faixa) que não devem de fato mudar muita coisa. Pouco produtivo.

Nesta história toda, o que mais me incomoda é a nítida falta de preparo técnico e a incapacidade de gerir a situação por parte de um órgão público que deveria estar aí, exatamente pra isto. O caos que se vê nas ruas é resultado da falta de estudos preliminares e de simulações que poderiam evitar que a solução proposta não se mostrasse um transtorno ainda maior que a situação anterior.

Na forma como entendo, a “escuta ao cidadão” sempre deveria ser feita numa etapa anterior a qualquer implementação, junto com a análise dos fluxos, das características destes fluxos, etc. A julgar pelos resultados que temos no transito da região após a implementação do binários, não posso crer que de fato tenham sido realizados os tais “estudos preliminares” antes da implantação do binário na área. A sensação é a de que as coisas são chutadas, na base do achismo

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